Uma semana e várias emoções inéditas. Em 30 anos de vida e dez de carreira, Claudia Leitte nunca havia concorrido a um prêmio internacional nem passado tanto tempo longe do filho, Davi, 1 ano e 9 meses. Até a viagem de cinco dias que a cantora fez na segunda-feira (8) ao lado do marido e empresário, Márcio Pedreira, 30, para Las Vegas. Lá, a cantora concorreu ao Grammy Latino de Melhor Álbum Contemporâneo Brasileiro.

Não levou, mas guarda o gosto de vitória. Explica-se: em Vegas, Claudia foi uma estrela internacional e anunciou uma parceria com Ricky Martin, 38, em março do ano que vem, começando a carreira fora do Brasil. Além disso, resgatou momentos a sós com o marido. ''Eu me imagino barrigudíssima, em cima do trio elétrico, no Carnaval de 2012. Gostaria de ter uma menina para formar um casal'', diz. Veja a seguir como, na versão americana da Cidade Luz, Claudia brilhou.

Foi uma viagem profissional para a cerimônia do Grammy Latino. Mas deu para curtir uma lua de mel?
Claro! Foi a primeira vez que Márcio e eu fizemos uma viagem internacional sem Davi. Ficamos juntos cinco dias e, desde que ele nasceu, nunca passamos tanto tempo longe do nosso filho. Morremos de saudade porque somos muito colados em Davi. Tanto que muitas vezes ele dorme com a gente, na nossa cama. Foi muito bom passar momentos a sós com meu marido. Isso fortalece a relação a dois, que é o início de tudo. Acho que todos os casais deveriam passar uns dias a sós.

Antes do nascimento de Davi, você esteve em Las Vegas. Agora volta e concorre a um Grammy. Qual a sensação?
Sempre gostei da cidade, que é toda exagerada. Toda vez que vou não tenho vontade de voltar. Agora, essa viagem tem um gosto especial. Tem o frio na barriga de representar o Brasil, essa indicação que marca meus dez anos de carreira. As pessoas aqui são muito calorosas. Cheguei ao hotel crente que seria uma anônima. Então, um grupo de pessoas me avistou, reconheceu e veio me pedir autógrafos. Não eram brasileiros, mas um grupo de hispânicos que veio para o Grammy. Foi massa!

Por causa de Davi, você seguiu o fuso horário do Brasil ou de Las Vegas?
Vixe, misturei tudo! Na quarta-feira (10), jantei com Hebe, cheguei ao hotel e liguei para minha mãe para saber de Davi. Eram 11h da noite e esqueci completamente que isso significava ser 4h da manhã em Salvador. Acho que só vou me acostumar com o fuso horário americano quando estiver em cima do palco em Sauípe (BA), no sábado (13). Depois, acordei de madrugada só para falar com meu gordo. Falo com ele o tempo todo. Morro de saudade!

Davi é muito novo. Dá para conversar com ele pelo telefone?
Ele fala pelos cotovelos! Nem sei a quem ele puxou (risos). Fica ao telefone fazendo barulhos de beijos, fala ''mamãe 'pincesa''' ou ''Davi ama a mamãe'' e é emotivo como eu. De vez em quando, chora ao telefone e isso me corta o coração. Tenho um truque. Quando percebo que ele vai ficar triste, faço logo uma palhaçada, corto a conversa e digo para ele ir brincar.

E os planos de ter mais um filho?
É um sonho. Sou meio intuitiva. Eu me imagino barrigudíssima, em cima do trio elétrico, no Carnaval de 2012. Se Deus quiser, é o que vai acontecer!

Na sua intuição, imagina um menino ou uma menina?
Minha mãe e minha sogra acham que tenho cara de mãe de menino. Minha sogra, por exemplo, teve quatro homens, então se meu marido herdou isso... (risos). Juro que ainda não tive essa intuição. Gostaria de ter uma menina para formar um casal. Mas o importante é vir com saúde, claro!

Foi sua primeira participação no Grammy. Qual sua impressão?
Ganhei o Grammy (risos)! Sério: estou me sentindo uma vencedora. Fiquei encantada com a boa recepção que tive de todos. Jaime Camil, por  exemplo: o cara me levou à coletiva de imprensa dele, que só tinha jornalistas estrangeiros. Ele falou do meu DVD ao vivo na Praia de Copacabana e me apresentou como uma estrela.

Vocês vão gravar juntos. Seria uma introdução à carreira internacional?
Não sei, mas vou contar para você uma informação em primeira mão: Ricky Martin me convidou para participar do novo CD dele, que será lançado em março. Há uns meses, ele ouviu uma música minha, Samba, e quis gravá-la. É uma canção que mistura a batida de uma escola de samba com as pickups eletrônicas. Gravamos essa canção juntos e o trabalho será lançado em março. Coincidentemente, será o mês do Carnaval e Ricky disse que quer participar da festa. Ele falou que deseja muito vir com a família, trazer os dois filhos e cantar no trio elétrico. Tomara que dê certo!

Ivete Sangalo lotou o Madison Square Garden em setembro e deu um pontapé na carreira internacional. Você pretende fazer algo assim?
Minha carreira internacional será conduzida de outra forma. Planejo fazer parceria com artistas mundialmente conhecidos, por exemplo. Em 2011, quero lançar um DVD e terei a  participação de grandes artistas. Mas esse projeto de Ivete foi ousado, deu certo e achei maravilhoso. Comemoro o sucesso internacional de todo artista brasileiro, como João Donato, Sérgio Mendes, Michael Sullivan... Porque é bom para todos, abre o mercado. É  muito difícil viver de música e quanto mais gente fizer sucesso, melhor para todo mundo.

E essa viagem a Las Vegas. Como foi?
Inesquecível! Jantamos várias vezes com grupos de brasileiros, como Tom Cavalcante e João Donato. Hebe e eu não nos desgrudamos. Foi bastante divertido. A gente jantou três noites, tomou champanhe e brindou à vida. Nossa, como sou fã dessa mulher!

Deu para aproveitar os cassinos?
Nada... Tive tantos compromissos que mal cochilei. Dormi em média cinco horas por noite. Mas meu marido e o pessoal da equipe foram jogar ontem (na quarta-feira, 10). Eles até que levaram uma graninha lá (risos).

E as compras?
Escolhi a roupa do casamento da Adriane Galisteu (em 27 de novembro, em SP, e o casal será padrinho). Como precisa ir de branco, escolhi uma bata do Oscar de la Renta. Comprei também uma chupeta colorida para o Vittorio, que emite várias luzinhas. Um barato (risos)! Além disso, vários brinquedinhos para o Davi.

Você está prestes a embarcar de volta ao Brasil. Qual a principal bagagem que irá trazer dessa experiência?
Na quarta-feira (10), houve uma série  de homenagens. Entre elas, ao grupo Las Hermanas Márquez, um trio de senhoras cubanas de 80 anos. Vi aquelas cantoras, Hebe, João Donato e chorei de emoção. Eu me senti um bebê engatinhando na carreira. Estou só no começo de tudo. Sei que Deus ainda me reserva muitas coisas boas na vida. Tenho certeza disso.